Descobertas e Invenções de Arquimedes



A coroa de ouro


A anedota mais conhecida sobre Arquimedes conta sobre como
ele inventou um método  para determinar o volume de um objeto
 de forma irregular. De acordo com Vitrúvio, uma coroa votiva para
 um templo tinha sido feita para o Rei Hierão II, que tinha fornecido
ouro puro para ser usado, e Arquimedes foi solicitado a determinar
se alguma prata tinha sido usada na confecção da coroa pelo
possivelmente desonesto ferreiro. Arquimedes tinha que  resolver o
 problema sem danificar  a coroa, de forma que ele não poderia
derrete-la em um corpo de formato regular,  a fim de encontrar
seu volume para calcular a sua densidade. 
Enquanto tomava um banho, ele percebeu que o nível da água na
banheira subia enquanto ele entrava, e percebeu que esse efeito
 poderia  ser usado para determinar o volume da coroa.
Para efeitos práticos, a água  é incompressível, assim a coroa
 submersa deslocaria uma quantidade  de água igual ao seu
próprio volume. Dividindo a massa da coroa pelo volume de
água deslocada,  a densidade da coroa podia ser obtida. Essa
densidade seria menor do que a do ouro se metais  mais baratos
 e menos densos tivessem sido adicionados. Arquimedes então
saiu pelados pelas ruas, ficou tão animado com sua descoberta
que esqueceu de se vestir, gritando "Eureka!" . O teste foi
realizado com sucesso, provando que prata realmente tinha
sido misturada.
A história da coroa de ouro não aparece nas obras conhecidas de
Arquimedes. Além disso, a praticidade do método descrito tem sido
posta em dúvida, devido à extrema acurácia com que se teria que medir
o deslocamento de água.Arquimedes pode ter buscado uma solução que
aplicasse o princípio conhecido em hidrostática como princípio de Arquimedes,
 que ele descreve em seu tratado Sobre os Corpos Flutuantes. Esse princípio
afirma que um corpo  imerso em um fluido sofre uma força de empuxo igual
ao peso do fluido que ele desloca. 
Usando esse princípio, teria sido possível comparar a densidade da coroa
de ouro à de ouro  maciço equilibrando-se a coroa em uma balança de braços
 iguais com uma amostra de ouro,  e então imergindo-se o aparato na água.
Se a coroa fosse menos densa que ouro, ela deslocaria mais água, devido ao
 seu maior volume, e assim experimentaria uma força de empuxo maior do 
que a amostra de ouro. Essa diferença de empuxo causaria a balança a inclinar-se
de acordo. 
Galileu considerou "provável que esse método é o mesmo que Arquimedes seguiu,
 uma vez que, além de ser bastante acurado, é baseado em demonstrações encontradas
 pelo próprio Arquimedes."


O Siracusia e o parafuso de Arquimedes



O parafuso de Arquimedes é capaz de elevar água eficientemente.








Grande parte do trabalho de Arquimedes em engenharia surgiu para satisfazer as 
necessidades de sua cidade natal, Siracusa. O escritor grego Ateneu de Náucratis 
descreveu como o Rei Hierão II encarregou Arquimedes de projetar um grande 
barco, o Siracusia, que poderia ser utilizado para viagens de luxo, transporte de 
suprimentos, e como um navio de guerra. É dito que o Siracusia foi o maior 
barco construído na Antiguidade Clássica. De acordo com Ateneu, ele era capaz de 
carregar 600 pessoas e nele havia jardins decorativos, umgymnasion e um templo 
dedicado a deusa  Afrodite, dentre outras instalações. Uma vez que um navio desse 
tamanho deixaria passar uma quantidade considerável de água através do casco, 
o parafuso de Arquimedes foi supostamente inventado para remover água da sentina. 
A máquina de Arquimedes consistia em um parafuso giratório dentro de um cilindro. 
Era girada a mão, e também podia ser usada para transportar água de um corpo de água 
baixo até canais de irrigação. O parafuso de Arquimedes é ainda usado hoje para bombear
 líquidos e sólidos granulados como carvão e cereais. O parafuso de Arquimedes tal como
 descrito por Vitrúvio nos tempos romanos pode ter sido uma melhoria em uma bomba
 de parafuso que foi usada para irrigar os Jardins Suspensos da Babilônia.

A garra de Arquimedes


A garra de Arquimedes é uma arma supostamente projetada por Arquimedes a fim de defender
 a cidade de Siracusa. Também conhecida como "sacudidora de navios", a garra consistia em 
um braço de guindaste a partir do qual pendia um grande gancho de metal. Quando a garra caia
 sobre um navio inimigo, o braço era usado para balançar e levantar o navio para fora da água. 
Experimentos modernos foram realizados para testar a viabilidade da garra, e em 2005 um 
documentário de televisão intitulado Super-armas do Mundo Antigo  construiu uma versão 
da garra e concluiu que era um dispositivo viável.